Especial Mulheres na Arquitetura

O dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, é cada vez mais lembrado como uma data para falar e pensar sobre igualdade de gênero. A data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1975, mas é comemorada desde o início do século 20 em alusão a luta por igualdade de mulheres que trabalhavam em fábricas em alguns países da Europa e nos Estados Unidos.

E para celebrar este mês dedicado às mulheres preparamos um especial sobre mulheres na arquitetura, destacando quatro profissionais consideradas importantes na história da arquitetura por suas obras e trajetória profissional.

Yvonne Farrell e Shelley McNamara

As arquitetas e professoras do Grafton Architects foram as vencedoras do Prêmio Pritzker deste ano. Em 41 anos de premiação, esta é a segunda vez que apenas mulheres levam o título. Antes delas, apenas Zaha Hadid tinha sido contemplada com o Pritzker, em 2004. Nas outras duas ocasiões que arquitetas foram contempladas - Carmen Pigem, em 2017; e Kazuyo Sejima em 2010 -, elas dividiram a honraria com seus sócios, homens.

Segundo o júri da premiação, Farrell e McNamara são "pioneiras em um campo tradicionalmente dominado por homens", considerando-as faróis para outras mulheres à medida que desenvolvem sua trajetória profissional de maneira exemplar.

"A arquitetura não é apenas design, sofisticação e realização, mas também como ela faz você se sentir estranho" (McNamara em entrevista para o jornal O Globo)

Zaha Hadid

Zaha Hadid é considerada a mulher de maior destaque na história da arquitetura, e foi a primeira arquiteta a receber o Prêmio Pritzker, em 2004.

Em seu trabalho a arquiteta se interessava na mescla entre arquitetura, paisagem e geologia, usando tecnologias inovadoras, o que muitas vezes resultava em forma arquitetônicas inesperadas e dinâmicas.

A arquiteta iraquiana também foi a primeira mulher a ser reconhecida pelo Instituto Real de Arquitetos Britânicos. No recebimento da medalha de ouro, Zaha Hadid falou uma das suas mais famosas frases em defesa das mulheres na arquitetura.

"Hoje em dia vemos o tempo todo mais arquitetas estabelecidas. Mas isto não significa que seja fácil. Às vezes os desafios são imensos. Houve uma mudança tremenda nos últimos anos e vamos continuar com este progresso" (Zaha Hadid no recebimento da medalha de ouro pelo Instituto Real de Arquitetos Britânicos)

Lina Bo Bardi

Lina Bo Bardi nasceu em Roma, cidade onde viveu vários anos e cursou faculdade de arquitetura. Apesar disso, foi no Brasil que exerceu a maior parte de sua vida profissional, vindo a naturalizar-se brasileira. Lina explorou ainda outros campos além da arquitetura e urbanismo. Foi professora, escritora, designer gráfica, de jóias e de móveis, editora de revistas, cinegrafista, figurinista e curadora de exposições.

Usou muito da cultura em suas obras, assim como sentimentos melancólicos e impulsos revolucionários e políticos, uniu a antropologia à arquitetura. Lina acreditava que um espaço era algo vivido e não somente números e plantas.